sábado, 27 de fevereiro de 2010

Acordar

Faz parte de mim ser esquiva das coisas que não me agradam, mas ter que resolver a minha vida em 24h garanto que me está a ser particularmente doloroso. Eu falo das coisas que ando há anos a querer adiar e sem nada resolver de concreto. É este eu medo de encarar as coisas de frente que me angustía.
Nada mais posso fazer que não seja encarar, realmente e verdadeiramente, as coisas que me assolam o espírto.
Dói muito eu sei, mas de que me adianta fazer esperar mais o que há para fazer agora, já?
Nada, é a resposta correcta.
Sinto-me inovadora em tantos campos e fracassada em tantos outros. Bem sei que a vida é feita de sucessos e insussessos, mas que há uns que dóiem mais que outros, há, sem dúvida que há!
Perguntam vocês, "porque é que te estás a expor assim dessa maneira?" e eu respondo, porque sim, porque quero uma resposta as minhas preces.
"Mas nós não sabemos quais são as tuas preces!", diriam vocês. Mas elas existem, tão no fundo de mim, que só  Deus as ouve, onde ninguém entra, onde tudo é fechado ao olhar humado e aos ouvidos mais melindrosos, onde tocar é impossível, sem que seja o mais puro dos puros, o mais cândido e livre de pecado lá consegue chegar, ouvir, ver e tocar. Onde só a pureza eterna se fixa, onde se abre portas ao sagrado, onde me deixo libertar.
Nesse campo tão fechado mas tão amplo que a vista não alcança, onde me sinto tão feliz e em que nada que me magoa destrói, fica apenas o seu eco; as coisas más, feias, vis apenas deixam um eco, um pedido de socorro, um grito de aflição, como penas de uma ave que violentamente esvoaçou sobre um mar e dela se desprenderam penas carregadas de medo, ansiedade, culpa, por deixar um, dois, três predadores a perseguir.
É ai onde eu quero estar, nesse meu campo aberto cheio de luminosidade, onde não é noite nem dia, onde não há calor nem frio, onde carrego as minhas baterias e me deixo ficar, a pairar, leve como o ar, transparente como a água limpa de pecado e simplesmente a vibrar e a brilhar.
Este é o meu pecado, a fuga, o esconder-me atrás das minhas núvens ou escondendo-as atrás do meu sorriso, do meu riso, da minha voz, do meu canto; mas que males espanto?
É esta a minha dor que me entontece tantas vezes, e outras me adormece e lentamente acordo.
Aceitar o que se vive é fácil para quem não sente, para quem a si se mente, para quem busca a permanente ilusão, uma voz oculta no meio do nada a contar coisas bonitas, mentiras piadosas, sussurros festivos do que nada o é.
Acordar custa muito, mas tem que ser!
  

1 comentário:

  1. Querida amiga, qual é seu nome??
    (risos)
    Obrigada por seu comentário, valeu mesmo!!
    Gostei muito de seu blog e vou te seguir viu.
    Um beijo e fica com Deus, e adorei o termo " Força da Boa"...aqui no Brasil nós não falamos assim, mas vou começar a usar ...(risos)

    Mais beijos se cuidaa

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