quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Estarei eu de volta?

Hoje, após a rebaldaria de ontem à tarde, passado algumas valentes horas dos pontos de interrogação de ontem, as insónias desde o momento em que apaguei a luz e decidi dormir e os pesadelos quando finalmente adormeci de cansaço de estar acordada, e ainda me ter posto a reflectir sobre muita coisa, cheguei à brilhante conclusão de que o que escrevo agora, muito pouca brioncadeira tem, muita tristreza carrega, muitas lágrimas interiores e poucos sorrisos denota da minha vivência mais recente. Em tom de conclusão, diria que qualquer coisa está a mudar dentro de mim. Estarei a crescer? Estarei a tornar-me responsável? Mas como se ainda faço resistência a um monte, de conhecimento público, de frustrações?
Enfim!
Mas vamos ao que interessa.
Ontem, num local público, onde se come comida japonesa - mais propriamente sushi - self-service, dei por mim a ter um comportamento, que para mim no momento, era uma coisa que não tinha mal absolutamente nenhum, mas que de facto deixaria a brigada dos bons modos, em puro estado de choque. TIREI CONES DE ALGAS COM AS MÃOS!!!!!!!!!
Qual pinças, qual carapuça!!!!! . . . vai da manapla!!!
O meu respectivo envergonhadíssimo "Oh, Ana!!!!! . . . " - entre outras coisas que mostram nítido embaraço e raprovação pelo meu comportamento . . .
Confesso que apenas após ter feito o que fiz, é que REALMENTE vi o que tinha feito!
Mas tudo tem um motivo!!!!! Bolas!!!!!
Ah, para completar o ramalhete, ainda disse que estava com desejos mas que não estava grávida com voz audível - para quem  tivesse a tomar atenção ao que eu estava a dizer, claro! -  depois de ter atascado o meu prato de todo o tipo de rolinhos e continuar preparada para preencher os miseros espacinhos que sobravam no prato, com o famoso porco doce e calamares!
Bem, o meu prato, se não fosse o meu respectivo, iria parecer o monte Fuji no Japão - a Wikipédia explica . . . - mas neste caso seria, não menos óbvio, Monte Sushi . . . sem comentários, eu sei, já tive piadas melhores, reconheço, mas pronto, estou em fase de recuperação . . . ah, e a questão dos erros ortográficos . . . esqueçam . . .
Mas como eu estava a dizer . . . bem, vocês nem calculam o esforço que eu fiz durante 24h para me aguentar e não ir no momento que me deu forte e feio!!! . . . Credo!!! . . . mas também, desforrei-me à grande!
Ah!!!! Já me estava a esquecer - outra vez! . . . tenho que ir fazer psicanálise sobre esta questão! Mas que tenho eu contra os molhos do sushi?. . . ou, que faz com que eu me esqueça duas vezes deles? . . . bem, é um caso a averiguar e a analisar profundamente dado a sua importância. Mas retomando o que estava a dizer antes das divagações àcerca do dilema sobre os molhos do sushi , esqueci-me dos molhos, tal não era a fussanguice pelo sushi!!!
Levantei-me mesmo correndo o risco de levar um rendondo NÃO na cara, e com uma valente lata, cheguei ao pé do rapaz da registadora e perguntei se podia levar molhos, porque me tinha esquecido. Ah, piqueeeno promenor, percorri quase metade do recinto apenas para ir buscar molhos que nos fazem soar no nariz e ficar com a goela a arder e beber 3 litros de coca-cola por causa do sal ou fazer caretas com o doce. . . Enfim, isto há doidos para tudo . . .
Para não bastar, comi quase tudo com as mãos! . . . mas,ai que bem que soube!!!! . . . garanto-vos que me soube mesmo muito bem! . . . comer com as mãos é das melhores coisas que se pode fazer! . . . é libertador de convenções e regras, já para não falar do ar de satisfação de gaiata a fazer o que não deve! . . . mas que bem, que me soube!!! . . . ou, soube mesmo, mesmo bem! . . . mas é que caguei e andei para quem passava!!!!
Não, não lambi os dedos a fazer aqueles barulhos de chupar o molho e a tirar pedacinhos de arroz dos dentes com a língua ou com as mãos enfiadas na boca, não!!! . . . não exagerem!!!
No fim de me ter refastelado e deliciado - literalmente!!! . . . e de facto!!! - com sushi, saiu-me de cá de dentro aquele suspirante e profundamente sentido: "Ai, Ai!!! . . .". Oh! Que monte de arroz enrolado em peixe cru com molhos esquesitos, entre outras coisas, tão divinal!!!
Acho que estava a precisar de uma aventura destas que meteu tudo desde o embaraço à plenitude!
Experimentem em casa . . . não aconselhado a adultos em locais públicos ;)
Estarei eu de volta?
;)

sábado, 14 de agosto de 2010

Ninguém me/nos ouve

Ninguém que seja verdadeiramente me ouve ou sabe que eu e muitos como eu exitimos, ou fingem que não existimos para não incomodarmos!
Somos os chatos, os que incomodam, os que dizemos as verdades que nem nós mesmos queremos ver e ouvir, mexemos nos nossos podres e nos podres dos outros, porque muitos nós temos podres em comum.
Não temos dinheiro e se o tivessemos talvez teriamos exactamente os mesmos podres que os que não nos querem ver nem ouvir, porque incomodamos e pomos os dedos em feridas.
Somos os que estão fartos de ser ignorados, apelamos por um pouco de protagonismo, não para semos protagonistas, mas sim para sermos vistos e ouvidos, para que toda a gente saiba que existimos e que estamos fartos de não ter importância mesmo que tenhamos razão.
Para que serve ter-se razão quando ninguém nos quer ver e ouvir, porque incomodamos com a nossa forma de ver e de ser, porque os nossos defeitos são piores que os defeitos dos que não nos ouvem ou nos vêem? Será que esses têm medo de deixar de ser como são?
Será que é assim tão espectacular fingir que não existimos ou que ainda outros como nós existem?
Não somos lindos nem famosos, não aparecemos nas televisões, não somos estrelas de cinema em ascensão, não somos ricos e não estamos em escandalos públicos, somos apenas pessoas inteligentes cuja beleza exterior e interior suscita a maior inveja nos famosos, nas estrelas de cinema e nas pessoas da escandaleira do momento. Somos quem todos gostavam de ser, mas que ninguém quer ver ou ouvir.
Sim, pregamos aos peixes, para não dizer que os animais de 4 patas são os nossos melhores amigos, porque estão conosco sempre desde que tenhamos uma lata de comida . . . e mesmo que ela não exista logo, esperam e contentam-se com o pedacinho de comida de que dispomos para, com todo o amor e carinho, lhes satisfazermos as necessidades, da mesma forma que eles nos acercam aquando da nossa tristeza.
Somos os filhos do mesmo Deus que deu luz ao mundo, a água de que bebemos, as flores, árvores que dão o oxigénio de que respiramos, os mares e a areia da praia que tantos de nós adoramos sentir nos nossos pés e que nos dá a sensação de liberdade, que nos deu os frutos, o chão que cultivamos e os animais que matamos para sacear a nossa necessidade de proteínas animais, somos filhos do mesmo Deus que nos deu a capacidade de fazer os nossos olhos brilhar perante toda a beleza e emocionarmo-nos com tal benção; somos criaturas pensantes, que gostariam de viver num mundo que foi criado para aprendermos a tirar o proveito da sabedoria que nele ganhamos, sem destruir o que fica com a nossa passagem, porque muitos mais virão, tantos outros continuarão a viver e outros a partir para, quem sabe, regressar e poder continuar a caminhar.

Sim, sinto-me meio perdida

Sim, sinto-me meio perdida como se nada pudesse fazer, como se nada houvesse a fazer, como se de nada valesse lutar contra tudo e contra todos em nome de algo, em nome de um grande abismo ou será esse abismo um grande amor?
Um grande amor não poderá ser, nunca, um grande abismo, um grande amor não poderá ser , nunca, uma demanda de tristeza em sofrimento ou sofrimento em tristeza . . . não importa a ordem de palavras, o conteúdo está todo lá instalado, incrostrado, mais profundo que uma lapa, cravado no sentido das palavras como que uma tatoo, como que um gene, indivisível da coisa em si, sem outro e metafórico significado.
Tenho saudades, tenho saudades daqueles momentos em senti que era verdade o que estava a sentir, porque o que estava a viver era verdade e o que é verdade sente-se como tal, é tão profundo que nem o engano e o malévolo mascarado o consegue simular, porque é verdadeiro, como o ouro que se morde e se revela a si mesmo, como o diamante com as suas unicidades invariáveis e inimitáveis.
Sinto demasiada falta do verdadeiro, do que me sossega e me tranquiliza, do que me leva inevitávelmente a dizer: "finalmente . . .", do que mais quero desesperadamente . . . mas tenho que render aos factos e aceitar a realidade crua e dura.
" . . . Não gostas??? Temos pena, as coisas são como são!!! Nem sempre as coisas são como nós queremos, mas sim, como elas devem ser!!!".
" . . . Nós é que fazemos o destino, as nossas decisões é que ditam o nosso distino . . . Mas o que tem que ser, tem muita força!!!".
". . . Nós é que fazemos o destino, para teres tens de lutar por isso! Não está nada escrito!".
Onde está a verdade? Qual das três é a mais verdadeira? Será que nenhuma está correcta? ou . . . Será que estão todas correctas?
O que é certo é que todos vamos vivendo, esperando que o amanhã seja melhor e que as contradições sejam menos contraditórias e que alguma vês na existência deixe de existir contradição no mesmo momento, na mesma frase, na mesma situação, no pensamento, porque uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa . . . Qual é a finalidade das contradições sobre o mesmo e ainda por cima vindas da mesma fonte? Será uma forma de ser testada a nossa convicção? Será um teste à nossa força intrínseca que nos move nas crenças e na realidade do dia-a-dia? Será uma forma de nos defendermos das ameaças que surgem de todos os cantos da existência?
Alguém disse um dia "quando há um mas . . .", sábia professora que o disse, uma bela mulher que tem ar de ser uma pessoa equilibrada, de forte personalidade e excelente profissional, a quem eu gostaria de perguntar - e desejar que a resposta fosse positiva - "é realmente feliz, sente-se na maioria do tempo concretizada a todos os níveis?". Como eu adoraria que me mostrasse toda a felicidade a todos os níveis, não para a puder invejar, mas sim para ficar tranquila sobre a possibilidade de se ser realizado a todos os níveis. Não estaria à espera que me dissesse que não tem obstáculos, mas sim que sente mais força e capacidade de os resolver, de os superar, unicamente porque se sente e é feliz.
Não acredito em felicidade sem obstáculos na vida, mas a grande questão é que não nos é ensinado a todos a vencer o medo, a ultrapassar a angústia, a superar as frustrações, porque não existe tempo para isso, há demasiadas coisas para fazer e não dá tempo para entendermos como é que os nossos filhos entendem as coisas - já que todas as crianças são diferentes, apesar de todas terem muitas coisas em comum. Boa parte das espécies animais tem um comportamento cooperativo e de defesa do grupo, independentemente das lutas pelas fémeas e dos combates pela hierarquia, sobrevivendo assim ao longo da existência do planeta em que habitam; porque não acontecer o mesmo relativamente à espécie humana?
Estamos poluídos pela inveja, pela cobiça, pelo fútil, pelo desnecessário e prescindível, sendo apenas alguns os que têm coragem de remar contra a maré, contra a sua destruição e desvalorização, contra tudo o que a "tendência" dita.
Sim, a minha revolta é contra tudo e contra todos, é contra mim porque me sinto impotente e exausta do que vejo à minha volta, por tudo isto é que digo, acredito e penso, que só um verdadeiro e grande amor é que consegue mergulhar-me numa visão optimista das coisas; a felicidade é uma forma egoísta de viver a vida, mas que quando se é egoísta, e divina quando o(s) outro(s) participam nela, quando os outros fazem parte dela. 
   
  

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Coisas da Vida . . .

Quando criei este blogue pensei em coisas da vida, pensei em escrever coisas que pertencessem à vida, coisas que acontecem, ou na realidade no são fruto da minha imaginação com base na realidade em que tenho vivido, em coisas que até fazem rir. . . mas agora . . . confesso que a minha verdadeira vontade não é de rir!
Desde que criei este blogue aconteceram tantas coisas que a maioria as perdi de conta. Vivi muitas coisas boas, muitas mais das más, desilusões, decepções, desgostos profundos e ao que parece a nuvem negra ainda paira no ar!
Desemprego, relações familiares que ninguém deseja, problemas de saúde, entre outras coisas.
Agora pergunto, mas que raio se passa com o relógio biológico que nos faz ignorar todos e quais quer problemas, mais graves ou menos graves, e nos cega no desejo de sermos pais?
Mas será que o relógio biológico é cego a este ponto???
Sim, estou com 33 anos, amava ser mãe não porque os bébes são amorosos, mas porque sinto uma necessidade desgraçada de salvar alguém!
É estranho, mas faz sentido!
Transmissão não da genética, mas sim de conhecimento, de tudo aquilo que aprendi!
Não quero morrer e sentir que a minha vida foi em vão, que tudo o que sofri e que aprendi irá ficar apenas comigo. Penso que aprendi coisas demasiado importantes para serem enterradas comigo, sem que alguém na flor da vida possa tirar proveito delas e sentir que eu amo essa criança que um dia será um adulto.
Quero muito ser mãe e juntar esse facto às coisas da vida que escrevo. Quero dar o que nunca recebi de quem amaria ter recebido; apesar de tudo recebi alguma coisa, mas não o suficiente para nunca entrar em depressão ou ajudar-me a sair dela!
Quero ter a certeza de que valeu a pena ter vivido; quero ter a certeza que há pessoas cujo sofrimento não é em vão.
"Tens uma fatalidade nessa áera (campo afectivo) . . . " dito como se não fosse nada do outro mundo . . . realmente há coisas piores, é um facto, estar a morrer de uma doença sem cura, passar fome e frio ao relento e ou ser turturado, seja sob que forma for, é realmente um facto!
Mas porque existem outras dores e sofrimentos, aquilo que para nós é fundamental na nossa vida e em que temos um "fatalidade" é de se achar igual a ter-se uma borbulha que chateia? Mesmo que nos dê muito sofrimento?
Mas afinal o que vale mesmo nesta vida?
Pois bem, descobri ao experenciar um pouco o papel de mãe. Finalmente senti que a final ainda existem coisas neste mundo que nos façam agarrar à vida, a maternidade.
Descobri que neste momento se tivesse muito dinheiro, mesmo que não tivesse ninguém, que adoraria gerar um filho ou adotar uma criança; realmente a capacidade que um ser humano tem de dar amor, carinho e educação, mesmo a um ser de quem não seja progenitor, é realmente grande, existe e tem um poder tão forte como o que leva a fazer um filho.
Sim, estou com o relógio biológico a gritar desesperadamente, como um cavalo solto, desenfreado, à solta!
Só a maternidade consegue com que uma mulher olhe para o mundo de uma forma diferente; pena que os governantes do mundo não olhem os seres humanos como seus filhos, com o mesmo desejo de uma mãe de ver a sua cria crescer forte, feliz e saudável!