quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Este é o meu grito

Olá
Gostava de ter coisas cómicas para escrever neste momento, mas pelos vistos é impossível!
Gostava de dizer "ah e não sei o quê e não sei que mais . . .", mas é impossível!
Como o nome do Blogue diz, Coisas da Vida, nem tudo me faz rir ou sorrir; nem tudo me dá vontade de amandar umas valentes gargalhadas até os músculos de todo o abdomen doerem. Pelos vistos nem sempre choro de riso, nem sempre vejo a vida no seu bright side, nem sempre me deixo encantar com as surpresas desagradáveis da vida de forma a tornar isso tudo em anedota.
Há momentos muito duros para mim, de pura confusão, bloqueio, dor, como que uma maquinaria bloqueada nas suas rodas dentadas por qualquer coisa e dizemos que "empancou", não sai dali.
Mas que disse eu que ninguém já não soubesse que não tem maldade? Mas o que quis eu demais e que não pudesse ter? O que exigi eu que não tivesse consciência de que estava a abusar ou a ultrapassar limites de outrem?
Sinto necessidade de soltar as lágrimas que tanto prendi, vontade de gritar, de dizer que te amo a quem eu o sentir, sem ter medo da minha sensura e da dos outros, acordar novamente e os raios de sol terem invadido o meu espaço e olhar de frente a luz sem medo, sem angústia, sem ficar petrificada, bloqueada, sem medo de perder, porque é muito mais o que posso vir a ganhar, sem sentimento de culpa por me ter enganado a mim mesma, por me ter deixado enganar, por não ter visto a verdadeira realidade e a consciência real das coisas ou a necessária para não me deixar enganar por mim ou pelo exterior. Há quem chame a isso aprendizagem, mas ao mesmo tempo fala-se em oportunidades perdidas, desperdissadas e que já não voltam.
Afinal, o que é realmente importante?
Se não andamos é porque temos um bloqueio, porque não conseguimos ver as coisas diante os nossos olhos; somos tão carregados de defeitos, ainda mais no tempo em que vivemos, que as coisas que nos acontecem cegam-nos de dores, medos, inseguranças e frustrações nunca ultrapassadas. 
Achavam realmente que eu sou mais uma "idiota" que lança palavras ao desbarato, como se não houvesse amanhã e que fala pelos cutovelos como se não houvesse um stop em parte alguma da minha mente?
Há demasiados stops, demasiadas interrogações, demasiadas dúvidas sobre tudo, demasiadas exaustões e ainda mais a coragem de partilhar mesmo com aqueles que conheço e com os que não conheço e que, tenho a certeza, que também são de carne e osso como eu, que também sentem o mesmo em silêncio, sofrem baixinho para que ninguém os ouça ". . . é chato, é aborrecido, uma seca", porque todas as pessoas têm problemas, mas uns são mais capazes e adaptados que outros! São uns fraquinhos!
É  lei da natureza, a selecção natural em que vence o mais inteligente emocionalmente!!! . . . não se enganem crânios exageradamente intelectos, porque vivemos em batalhas de emoções, ambições materiais, procura de prazer apenas pelo mais puro, ou não, prazer, ou seja, hedonismo puro e duro.
O que é a inteligência emocional sem a intelectual e vice versa??? Nada!!!
Quando as mentes bloqueiam, qual é a saída? Alguém diria "julinho"!. . .mas será esta a resposta correcta???
Esses desafios intelectuais que espremidos não sai sumo nenhum, apenas pelo exercício mental da capacidade de dialética da treta! . . . toma, toma! . . . ser-se capaz de dar a volta ao outro mesmo que disso nada resulte, mesmo que a coisa dê em nada! "Fraquinha, muito fraquinha!"
P. . . que vos pariu! . . . cuidado porque não estou a falar das mães que vos deram à luz! . . . essas abençoadas senhoras perguntam ". . . que mal fiz eu para ter gerado esta besta?"
É evidente que esta parte serve a quem couber a carapuça, porque apesar de tudo existem pessoas extremamente inteligentes, interessantes e acima de tudo, com bom coração, que dão tudo em troca do bem-estar dos outros, porque isso faz parte do seu bem-estar; esses são felizes com a sua felicidade e com a felicidade dos outros, são os mais privilegiados de todos nós, mas também os que não são génios, nem sobredotados, têm a inteligência que têm, mas são grandes, muito grandes; nos seus corações cabem todos os que querem lá estar e ainda se arranja um espacinho para mais alguém!
Sou, pelos vistos, mais uma  gaja desbocada que não tem a vergonha de partilhar as misérias com os outros, as tritezas que ninguém quer saber e que existem dentro de mim, os podres óbvios de quem não faz um pute por nada e se acha o verdadeiro máximo. Boa, hein? Assumidamente pobre de espírito, com a mania de intelectual e crítica para se sentir inteligente, boa!?
Desafio os "magníficos", a deitar cá para fora os vossos podres que habitam orgulhosamente dentro de vós, genialidades da crítica, suprassumos da razão e da arte de bem opinar.
Quem está correcto que abra a boca e grite, diga o que é incorrecto, que fale do nosso egoísmo, da falta de heroísmo que habita e co-habita nas nossas casas, vidas, cérebros, que fale e desemburre os burros, que desminta os mentirosos, que desmascare os falsários e salafrários.
Convide-se Nietzsche para se sentar à mesa conosco e que partilhe, generosamente, toda a sua sabedoria sobre a nossa verdadeira natureza. Sentirmo-nos-iamos felizes e contentes por termos tão ilustre figura diante os nossos olhos e desmontados, desfeitos em pó da vergonha de sermos o que tanto somos.
Não, não somos apenas defeitos, não somos apenas coisas que diambulam entre crises de tudo . . . mas há coisas minimamente boas, dignas de serem ditas, enaltecidas e abençoadas por Deus!

1 comentário:

  1. Quanto despreendimento nesta escrita... faz-me lembrar alguém a falar... Gosto bem dessa liberdade, que não só estética, mas de conteúdo e matérias.

    Então e quem está correcto? Não se acusam muitos, nos dias que correm. Supra sumos da escrita sabem escrever e opinar, sempre com muita razão... em casa deles, digo.

    A verdadeira natureza, diria Nietzsche, está no Super-Homem, tudo o resto fica entre este e a besta.

    É a capacidade de nos impormos e superarmos tudo. Se calhar para isso precisamos de crises e de defeitos para corrigir, de gritar não gritando e de desafiar não desafiando... porque já ganhaste: O Nietzsche não vai aparecer, os arautos da verdade sabem da vida deles e enquanto falam (enquanto falei), provavemente já "desempancaste".

    ResponderEliminar