quinta-feira, 1 de julho de 2010

O que é a amizade?

Já muito se tem falado sobre muito, muito pouco sobre coisas que realmente incomodam - basicamente porque incomodam - outras tanto por coisas que também não são lá muito importantes, e ainda mais sobre o corriqueiro, banal, absolutamente empobrecedor e embrutecedor, desnecessário, prescindível e indiscutivelmente escandaloso.
Será que vale a pena estar a escrever sobre mais uma coisa de indiscutível subjectividade?
AMIZADE!
Ah, Ah! Boa!
Alguém sábio e inteligente com olhos de quem vê de várias perspectivas diria, "mas tu ainda acreditas nisso?! . . . quando é que acordas? . . . eu não te entendo! . . . dizes uma coisa e depois fazes outra!!! . . . quer dizer, fazem merda, magoam-te, arrelias-te, queixas-te e depois é como se não tivesse acontecido nada!? . . . realmente já não sei em que acreditar!".
Desculpa, tens razão porque estás todos os dias comigo, e enxugas muitas lágrimas minhas quando sou ferida por quem menos esperava, quando me deixo levar pela minha ingenuidade de quem ainda acredita que existem muitas pessoas boas com boa fé, quando apesar de todas as nossas quezílias, me ouves atentamente os meus lamentos queixas disto, daquilo e de daqueloutro, que estás presente e me impedes que eu passe fome, que tantas vezes me tentaste abrir os olhos que a minha teimosia fecha, que me dá os mimos que tanto adoro, que procura compreender para me poder ajudar!
Enfim, precisaria de muitas mais linhas deste blogue para dizer tudo o que vivo contigo e que muito poucos poderão algum dia sentir!
É de facto impressionante as coisas que me acontecem em nome da amizade! . . . há coisas que atingem proporções de dar arrepios!!!
"ah, é só para saber! . . . nós gostamos de saber que as pessoas estão bem! . . . ai! pois! cá se fazem cá se pagam!"
Os pensamentos mais genuínos, esses a verdaddeira vergonha ou miséria humana: "há filhas da puta com sorte, foda-se!!! . . . não faz um peido e a cabra tem uma sorte descomunal! . . . o que vale é que somos amigas, pode ser que sobre alguma coisa para mim!".
As desgraças alheias sempre alimentam a pobreza de espírito, sempre dá para matar a fome e a ansia de dor, porque sempre alivia a própria, porque a nossa é sempre maior que a dos amigos ou a dos outros que não são nada; ver alguém sofrer é sempre melhor que sermos nós a sofrer - heis mais do mesmo vindo da mesma produção mas de um departamento ainda mais requintado, a miséria de espítiro com malvadez!  
Crescemos a cultivar a esquizofrenia em todos nós e depois chamamos esquizofrénicos aos que não aguentaram a "formatação", sistema ou cultura - como lhe queiram chamar -, a merda e o cheiro são os mesmos, muda a forma e a consistência. A família e a educação é para formar ou deformar pessoas? Servem ao certo, exactamente para quê? Formação cívica . . . coisas bonitas que se escreve para analfabeto ler - assim vistas as coisas, se só aprenderem o que ouvem . . . temos pena! . . . ups! . . . parece-me que alguém fez caca!
Mas afinal, quais são os critérios para que alguém seja considerado verdadeiramente amigo? . . . será que isso é apenas uma palavra que foi inventada, tal como nos contos e histórias sobre as uniões matrimoniais?
Será que é mais um jogo ou um puzzle cujas peças têm tantos defeitos de fabrico, por causa das infindáveis tentativas de redefinção, que já não se consegue sequer perceber qual é o seu conceito original?
Ou será que isso passou a ser só uma atitude de gente campónia - parvos que abrem a porta a qualquer um porque, acham que as pessoas deve ser respeitadas e tratadas com dignidade, com um sorriso nos lábios e coração aberto -, ingénuos que acreditam que um mundo pode ser um bom lugar para viver e em que pelo facto de já se ter conhecido tanta infelicidade, se substitua a palavra competição por cooperação?
Ok, é um facto que cada um tem o seu karma, darma e importância, mas que a forma como temos que perceber o que é a amizade é absolutamente desconsertante e destabilizante, lá isso é um facto!
Peço perdão a Deus pela minha cota parte nesta guerra cerebral, neste caos de fim dos tempos, mas de facto, parece-me que os campónios são as verdadeiras pessoas felizes, porque nao têm que se preocupar com coisas sem valor e desvalorizantes como os sentimentos de gente pequenina, no pior dos sentidos da palavra; não quero, de forma alguma dizer que os campónios não sabem defenfer-se, o que quero dizer é que são pessoas sábias e que também sabem o que custa a inexistência de amizade. Essas pessoas são as mais genuínas, que como nós têm coisas boas e coisas menos boas, mas que no entanto têm a inteligência e capacidade de usar a sua inteligência e concluir que a verdadeira amizade é capaz de mover montanhas, destuir adamastores e demónios.
A esse que amo mais que o que alguma vez sonhei, OBRIGADO pelo teu AMOR e AMIZADE e tudo mais que poucos conseguem entender; aos meus amigos, OBRIGADO pela vossa AMIZADE e tudo mais que só os campónios conseguem entender.