sábado, 14 de agosto de 2010

Sim, sinto-me meio perdida

Sim, sinto-me meio perdida como se nada pudesse fazer, como se nada houvesse a fazer, como se de nada valesse lutar contra tudo e contra todos em nome de algo, em nome de um grande abismo ou será esse abismo um grande amor?
Um grande amor não poderá ser, nunca, um grande abismo, um grande amor não poderá ser , nunca, uma demanda de tristeza em sofrimento ou sofrimento em tristeza . . . não importa a ordem de palavras, o conteúdo está todo lá instalado, incrostrado, mais profundo que uma lapa, cravado no sentido das palavras como que uma tatoo, como que um gene, indivisível da coisa em si, sem outro e metafórico significado.
Tenho saudades, tenho saudades daqueles momentos em senti que era verdade o que estava a sentir, porque o que estava a viver era verdade e o que é verdade sente-se como tal, é tão profundo que nem o engano e o malévolo mascarado o consegue simular, porque é verdadeiro, como o ouro que se morde e se revela a si mesmo, como o diamante com as suas unicidades invariáveis e inimitáveis.
Sinto demasiada falta do verdadeiro, do que me sossega e me tranquiliza, do que me leva inevitávelmente a dizer: "finalmente . . .", do que mais quero desesperadamente . . . mas tenho que render aos factos e aceitar a realidade crua e dura.
" . . . Não gostas??? Temos pena, as coisas são como são!!! Nem sempre as coisas são como nós queremos, mas sim, como elas devem ser!!!".
" . . . Nós é que fazemos o destino, as nossas decisões é que ditam o nosso distino . . . Mas o que tem que ser, tem muita força!!!".
". . . Nós é que fazemos o destino, para teres tens de lutar por isso! Não está nada escrito!".
Onde está a verdade? Qual das três é a mais verdadeira? Será que nenhuma está correcta? ou . . . Será que estão todas correctas?
O que é certo é que todos vamos vivendo, esperando que o amanhã seja melhor e que as contradições sejam menos contraditórias e que alguma vês na existência deixe de existir contradição no mesmo momento, na mesma frase, na mesma situação, no pensamento, porque uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa . . . Qual é a finalidade das contradições sobre o mesmo e ainda por cima vindas da mesma fonte? Será uma forma de ser testada a nossa convicção? Será um teste à nossa força intrínseca que nos move nas crenças e na realidade do dia-a-dia? Será uma forma de nos defendermos das ameaças que surgem de todos os cantos da existência?
Alguém disse um dia "quando há um mas . . .", sábia professora que o disse, uma bela mulher que tem ar de ser uma pessoa equilibrada, de forte personalidade e excelente profissional, a quem eu gostaria de perguntar - e desejar que a resposta fosse positiva - "é realmente feliz, sente-se na maioria do tempo concretizada a todos os níveis?". Como eu adoraria que me mostrasse toda a felicidade a todos os níveis, não para a puder invejar, mas sim para ficar tranquila sobre a possibilidade de se ser realizado a todos os níveis. Não estaria à espera que me dissesse que não tem obstáculos, mas sim que sente mais força e capacidade de os resolver, de os superar, unicamente porque se sente e é feliz.
Não acredito em felicidade sem obstáculos na vida, mas a grande questão é que não nos é ensinado a todos a vencer o medo, a ultrapassar a angústia, a superar as frustrações, porque não existe tempo para isso, há demasiadas coisas para fazer e não dá tempo para entendermos como é que os nossos filhos entendem as coisas - já que todas as crianças são diferentes, apesar de todas terem muitas coisas em comum. Boa parte das espécies animais tem um comportamento cooperativo e de defesa do grupo, independentemente das lutas pelas fémeas e dos combates pela hierarquia, sobrevivendo assim ao longo da existência do planeta em que habitam; porque não acontecer o mesmo relativamente à espécie humana?
Estamos poluídos pela inveja, pela cobiça, pelo fútil, pelo desnecessário e prescindível, sendo apenas alguns os que têm coragem de remar contra a maré, contra a sua destruição e desvalorização, contra tudo o que a "tendência" dita.
Sim, a minha revolta é contra tudo e contra todos, é contra mim porque me sinto impotente e exausta do que vejo à minha volta, por tudo isto é que digo, acredito e penso, que só um verdadeiro e grande amor é que consegue mergulhar-me numa visão optimista das coisas; a felicidade é uma forma egoísta de viver a vida, mas que quando se é egoísta, e divina quando o(s) outro(s) participam nela, quando os outros fazem parte dela. 
   
  

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Coisas da Vida . . .

Quando criei este blogue pensei em coisas da vida, pensei em escrever coisas que pertencessem à vida, coisas que acontecem, ou na realidade no são fruto da minha imaginação com base na realidade em que tenho vivido, em coisas que até fazem rir. . . mas agora . . . confesso que a minha verdadeira vontade não é de rir!
Desde que criei este blogue aconteceram tantas coisas que a maioria as perdi de conta. Vivi muitas coisas boas, muitas mais das más, desilusões, decepções, desgostos profundos e ao que parece a nuvem negra ainda paira no ar!
Desemprego, relações familiares que ninguém deseja, problemas de saúde, entre outras coisas.
Agora pergunto, mas que raio se passa com o relógio biológico que nos faz ignorar todos e quais quer problemas, mais graves ou menos graves, e nos cega no desejo de sermos pais?
Mas será que o relógio biológico é cego a este ponto???
Sim, estou com 33 anos, amava ser mãe não porque os bébes são amorosos, mas porque sinto uma necessidade desgraçada de salvar alguém!
É estranho, mas faz sentido!
Transmissão não da genética, mas sim de conhecimento, de tudo aquilo que aprendi!
Não quero morrer e sentir que a minha vida foi em vão, que tudo o que sofri e que aprendi irá ficar apenas comigo. Penso que aprendi coisas demasiado importantes para serem enterradas comigo, sem que alguém na flor da vida possa tirar proveito delas e sentir que eu amo essa criança que um dia será um adulto.
Quero muito ser mãe e juntar esse facto às coisas da vida que escrevo. Quero dar o que nunca recebi de quem amaria ter recebido; apesar de tudo recebi alguma coisa, mas não o suficiente para nunca entrar em depressão ou ajudar-me a sair dela!
Quero ter a certeza de que valeu a pena ter vivido; quero ter a certeza que há pessoas cujo sofrimento não é em vão.
"Tens uma fatalidade nessa áera (campo afectivo) . . . " dito como se não fosse nada do outro mundo . . . realmente há coisas piores, é um facto, estar a morrer de uma doença sem cura, passar fome e frio ao relento e ou ser turturado, seja sob que forma for, é realmente um facto!
Mas porque existem outras dores e sofrimentos, aquilo que para nós é fundamental na nossa vida e em que temos um "fatalidade" é de se achar igual a ter-se uma borbulha que chateia? Mesmo que nos dê muito sofrimento?
Mas afinal o que vale mesmo nesta vida?
Pois bem, descobri ao experenciar um pouco o papel de mãe. Finalmente senti que a final ainda existem coisas neste mundo que nos façam agarrar à vida, a maternidade.
Descobri que neste momento se tivesse muito dinheiro, mesmo que não tivesse ninguém, que adoraria gerar um filho ou adotar uma criança; realmente a capacidade que um ser humano tem de dar amor, carinho e educação, mesmo a um ser de quem não seja progenitor, é realmente grande, existe e tem um poder tão forte como o que leva a fazer um filho.
Sim, estou com o relógio biológico a gritar desesperadamente, como um cavalo solto, desenfreado, à solta!
Só a maternidade consegue com que uma mulher olhe para o mundo de uma forma diferente; pena que os governantes do mundo não olhem os seres humanos como seus filhos, com o mesmo desejo de uma mãe de ver a sua cria crescer forte, feliz e saudável!



quinta-feira, 1 de julho de 2010

O que é a amizade?

Já muito se tem falado sobre muito, muito pouco sobre coisas que realmente incomodam - basicamente porque incomodam - outras tanto por coisas que também não são lá muito importantes, e ainda mais sobre o corriqueiro, banal, absolutamente empobrecedor e embrutecedor, desnecessário, prescindível e indiscutivelmente escandaloso.
Será que vale a pena estar a escrever sobre mais uma coisa de indiscutível subjectividade?
AMIZADE!
Ah, Ah! Boa!
Alguém sábio e inteligente com olhos de quem vê de várias perspectivas diria, "mas tu ainda acreditas nisso?! . . . quando é que acordas? . . . eu não te entendo! . . . dizes uma coisa e depois fazes outra!!! . . . quer dizer, fazem merda, magoam-te, arrelias-te, queixas-te e depois é como se não tivesse acontecido nada!? . . . realmente já não sei em que acreditar!".
Desculpa, tens razão porque estás todos os dias comigo, e enxugas muitas lágrimas minhas quando sou ferida por quem menos esperava, quando me deixo levar pela minha ingenuidade de quem ainda acredita que existem muitas pessoas boas com boa fé, quando apesar de todas as nossas quezílias, me ouves atentamente os meus lamentos queixas disto, daquilo e de daqueloutro, que estás presente e me impedes que eu passe fome, que tantas vezes me tentaste abrir os olhos que a minha teimosia fecha, que me dá os mimos que tanto adoro, que procura compreender para me poder ajudar!
Enfim, precisaria de muitas mais linhas deste blogue para dizer tudo o que vivo contigo e que muito poucos poderão algum dia sentir!
É de facto impressionante as coisas que me acontecem em nome da amizade! . . . há coisas que atingem proporções de dar arrepios!!!
"ah, é só para saber! . . . nós gostamos de saber que as pessoas estão bem! . . . ai! pois! cá se fazem cá se pagam!"
Os pensamentos mais genuínos, esses a verdaddeira vergonha ou miséria humana: "há filhas da puta com sorte, foda-se!!! . . . não faz um peido e a cabra tem uma sorte descomunal! . . . o que vale é que somos amigas, pode ser que sobre alguma coisa para mim!".
As desgraças alheias sempre alimentam a pobreza de espírito, sempre dá para matar a fome e a ansia de dor, porque sempre alivia a própria, porque a nossa é sempre maior que a dos amigos ou a dos outros que não são nada; ver alguém sofrer é sempre melhor que sermos nós a sofrer - heis mais do mesmo vindo da mesma produção mas de um departamento ainda mais requintado, a miséria de espítiro com malvadez!  
Crescemos a cultivar a esquizofrenia em todos nós e depois chamamos esquizofrénicos aos que não aguentaram a "formatação", sistema ou cultura - como lhe queiram chamar -, a merda e o cheiro são os mesmos, muda a forma e a consistência. A família e a educação é para formar ou deformar pessoas? Servem ao certo, exactamente para quê? Formação cívica . . . coisas bonitas que se escreve para analfabeto ler - assim vistas as coisas, se só aprenderem o que ouvem . . . temos pena! . . . ups! . . . parece-me que alguém fez caca!
Mas afinal, quais são os critérios para que alguém seja considerado verdadeiramente amigo? . . . será que isso é apenas uma palavra que foi inventada, tal como nos contos e histórias sobre as uniões matrimoniais?
Será que é mais um jogo ou um puzzle cujas peças têm tantos defeitos de fabrico, por causa das infindáveis tentativas de redefinção, que já não se consegue sequer perceber qual é o seu conceito original?
Ou será que isso passou a ser só uma atitude de gente campónia - parvos que abrem a porta a qualquer um porque, acham que as pessoas deve ser respeitadas e tratadas com dignidade, com um sorriso nos lábios e coração aberto -, ingénuos que acreditam que um mundo pode ser um bom lugar para viver e em que pelo facto de já se ter conhecido tanta infelicidade, se substitua a palavra competição por cooperação?
Ok, é um facto que cada um tem o seu karma, darma e importância, mas que a forma como temos que perceber o que é a amizade é absolutamente desconsertante e destabilizante, lá isso é um facto!
Peço perdão a Deus pela minha cota parte nesta guerra cerebral, neste caos de fim dos tempos, mas de facto, parece-me que os campónios são as verdadeiras pessoas felizes, porque nao têm que se preocupar com coisas sem valor e desvalorizantes como os sentimentos de gente pequenina, no pior dos sentidos da palavra; não quero, de forma alguma dizer que os campónios não sabem defenfer-se, o que quero dizer é que são pessoas sábias e que também sabem o que custa a inexistência de amizade. Essas pessoas são as mais genuínas, que como nós têm coisas boas e coisas menos boas, mas que no entanto têm a inteligência e capacidade de usar a sua inteligência e concluir que a verdadeira amizade é capaz de mover montanhas, destuir adamastores e demónios.
A esse que amo mais que o que alguma vez sonhei, OBRIGADO pelo teu AMOR e AMIZADE e tudo mais que poucos conseguem entender; aos meus amigos, OBRIGADO pela vossa AMIZADE e tudo mais que só os campónios conseguem entender.