Uma Sexta-Feira 13 Qualquer . . .

Bem . . . Isto estava difícil!

Problemas no trânsito, nos trânsitos desta vida . . .

Estava complicado para chegar aqui, ao posto de comando do disparate a monte!

Mas, entre mortos e feridos, uns escaparam-se, outros nem por isso e ouvi dzer . . . ouvi dzer . . . que alguns ainda se transviaram a meio do caminho - queira lá isto dzer o que quer que seja!

Mas indo ao que interessa - ou nem por isso -, que bem que se atende em Portugal!

É um espetáculo! . . . o verdadeiro exemplo na arte de bem receber . . . quais irlandeses, quais brasileiros . . . é mesmo o tuga, o campeão do atendimento!!!

"Cheiras bem, tens pinta de espanhol - ou outro estrangeiro qualquer -, não importa se traficas droga, que tenhas abatido a tua família a tiro, que robes milhões de contribuintes do teu país, se és pedófilo, proxeneta ou  estuprador, com um sorriso maroto nos lábios e boa pinta, sê bem vindo a este modesto estabelecimento comercial - que só está espalhado por todo o país e paga mal e porcamente aos funcionários.

Agora, se vens para aqui com calça de ganga elástica, Crocs nos pés - que por sinal até custam os olhos da cara -, trin-shert barata comprada na Sport Zone, com esse cabelo meio mal apanhado e  esses óculos verdes retângulares de pseudo-intelectual de esquerda, ainda por cima a comprares às prestações, em vez de teres nessas manaplas tudo o que tens a pagar. . . põe-te na alheta, que este local é só para gente de bem, como estes senhores bem parecidos e tão agradáveis que acabei de atender!!!!"

"Não há nada como a maneira de atender dos portugueses!" ou "Não há nada como os portugueses a atender!" - já não me lembro muito bem, tal foi o abalo no meu cérebro!!! - saiu-me da boca assim que a dondoca da treta cruzou os olhos com os meus. O revirar dos olhos da notável senhora prometiam um esventrar aparatoso das minhas entranhas, como não haveria memória.

É que para além de ser sexta-feira 13, a senhora teve mesmo azar . . . olha com quem na vida dela haveria de se cruzar! EU!

Mas a final, quem se julga esta senhora?

Será que seria uma tia falida a fazer serviço social e em liberdade condicional por não ter pago os ouros?

Seria a mulher do dono, vestida de funcionária desse estabelecimento, porque já não tinha mais nada de interessante para fazer nesse dia e decidiu fazer algo de diferente para dar sentido à sua reles e fútil vida? 

Ou estaria a senhora a fazer voluntariado pelo seu fornecedor de bens essenciais . . . e outros?

Pelo óptimo aspeto - é verdade, a cinquentona benzoca era toda bem parecida -, devia estar à procura de algum assegurador dos seus pretensiosos consumos, sendo aquele local, tão necessariamente visitado, um excelente ponto estratégico para a concretização da sua caçada! 

 . . . mas a Kapital, o BBC e outras distintas casas de diversão noturna, para gente não menos distinta, já deram tudo o que tinham a dar????

 . . . mas, mas . . . não entendo!

Pelos vistos a tradição já não é o que era e começo a ver que até o engate de alto nível já entrou no degredo. Os locais mais frutuosos passaram a ser os locais de passagem necessária, quando o combustível escasseia no veículo.

E ainda estas senhoras não se lembraram de ir arrumar, com grande classe - e com as suas grandes classes . . . -, os carros de altos cargos das empresas estatais, privadas e EPE's.

"Quiduxo, mais pá direita, mais pá direita . . . iiiiiiisso! 

Vanha, vanha, vanha . . . destorçá tudo, tudo, tudo . . . iiiiiiisso!

- 25 euros chegam? - questiona o bem aprumado, carregado de brilhantina no cabelo - com 3 dias! - e por detrás dos seus óculos Pradaria e fato Armane.

- Olhe quiduxo, como foi para si, até lhe faço por 20 euros!"

Enfim . . . comentários para quê!

Assim vão os tempos de agora, carregados de mudanças desconcertantes, mas não menos carregadas do que de melhor há neste Portugal!

A alguns dos intervenientes,

Bem-Hajam!